domingo, 13 de julho de 2014

Como veríamos o mundo se tivéssemos 6 olhos

Como veríamos um pôr do Sol se tivéssemos 6 olhos? e nosso cérebro fosse capaz de processar 3 imagens com intensidades de luz diferentes? 

Normalmente, quando ficamos muito tempo no sol, ao voltar para um lugar com menos claridade, precisamos de um tempo até que nossos olhos se acostumem com a pouca luminosidade e possamos enxergar normalmente, isso acontece pois os nossos olhos trabalham em conjunto e a abertura de nossas pupilas são simultâneas (uma com a outra), então captamos a mesma quantidade de luz pelos dois olhos. No claro, nossas pupilas diminuem captando pouca luz (já que temos muita luz disponível). e no escuro elas dilatam (permitindo uma maior entrada de luz). Se tivéssemos mais olhos, não teríamos o problema de ter que esperar para nossa visão se acostumar com a luminosidade local. Se tivéssemos 6 olhos, cada par de olhos poderia estar apto à ver determinadas intensidades de luz (-2, 0 e +2 como em fotografias), assim conseguiríamos apreciar um pôr do sol em todas as intensidades de luz presentes.  

Bom, é fácil fazer um teste para 4 olhos. Tampe com a mão um dos olhos por cerca de 1 minuto, e nesse tempo olhe diretamente para alguma luz moderadamente clara (como uma lampada fluorecente branca). Após esse tempo, o olho tampado terá se acostumado com o escuro e qualquer luz parecerá muito clara enquanto que o outro olho terá se acostumado com a claridade e qualquer coisa um pouco escura será difícil de ver, mas o que é bem claro será visto normalmente. Pronto, você agora (por um breve período de tempo) vê em HDR (High Dynamic Range). 

Como não temos 6 olhos, um jeito de admirar um por do sol em todas as suas intensidades é através da fotografia em HDR. No mês de Julho fizemos 3 Timelapses em HDR que consumiram um total de 27 horas de trabalho. Mas não foi tanto trabalho assim, pois a gente deixava a câmera tirando as fotos, e ia estudar :D
depois de algumas horas, voltávamos e recolhíamos a câmera. E o processo de merge de cada imagem foi feita de maneira automática (6 horas cada uma), então também deixávamos o computador trabalhando e depois estava pronto. o tempo real de trabalho gasto foi de cerca de 2 horas somente para a edição dos vídeos.

Abaixo segue um exemplo de exposições diferentes de uma mesma cena:


Se nosso cérebro fosse capaz de processar essas três imagens em uma, veríamos aproximadamente da seguinte forma:



O nosso canal no youtube chegou à 100 inscritos, parece pouco comparado com quaisquer outro canal, mas é muito gratificante saber que 100 pessoas se interessam pelo nosso trabalho. Assim, fizemos um video especial de 100 inscritos com 3 TimeLapses em HDR. Confiram:

Assistam no youtube com a qualidade 1080p (bem melhor).

Ted












sexta-feira, 11 de julho de 2014

Lua em HDR (High Dynamic Range)

Já fazia um tempo que o grupo Sofia não se reunia para fazer registros, tanto por questões climáticas quanto por questões acadêmicas (provas, TCC, trabalhos, seminários e outros). Depois de algum tempo na inatividade, no dia 11 de julho de 2014, eu (Ted-O) juntamente com o acadêmico George (Ted - A Saga) passamos cerca de 2 horas registrando o nosso satélite natural (a Lua).

Existem diversas técnicas de fotografia astronômica, uma delas é a fotografia em HDR (High Dynamic Range), que usamos para registrar a Lua. Essa e outras técnicas fotográficas farão parte do curso sobre métodos observacionais que ofereceremos na semana acadêmica de Física. Participem!

Em breve disponibilizaremos um tutorial em video sobre fotografia em HDR em nosso canal no youtube. Abaixo segue o resultado dessas duas horas. (e mais algum tempo de processamento no computador.




























Esse é um mosaico em 6 partes de 3 frames cada uma. Ferramentas utilizadas: Photomatix Pro 5.0 (merge das 3 exposições) e Photoshop CS3 (montagem do mosáico).

Ted




segunda-feira, 30 de junho de 2014

Fases da Lua - Animação

O blog do nosso grupo tem andado um pouco parado nesses últimos tempos (semanas). Então para não passar um mês em branco. Apresentamos aqui um vídeo feito em novembro de 2011, mas que não compartilhamos neste blog.

Se trata de uma animação esquemática com as fases da lua. Apresenta as principais fases de maneira bem simples. =D


Ted - TUUGS

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Crepúsculo no Campus Carreiros

Mosaico de 5 fotos com a câmera T2i da Canon, usando uma lente de 55mm com f/5.6, velocidade de 1/30s e ISO de 100. Montagem no Photoshop CS3, ajustes de brilho, contraste e definição manuais.



(aviso: a imagem original é extremamente grande - 68Mp)

Se quiser baixar a imagem em vários tamanhos, clique aqui.

Ted

terça-feira, 22 de abril de 2014

Primeira Observação Aberta do Ano e Eclipse Lunar Total do dia 15 de abril de 2014

No dia 15 de Abril de 2014,às 19:00h, o observatório realizou a primeira observação aberta do ano. A observação contou com a presença de alguns alunos da universidade, que observaram a Lua, Júpiter, Marte, o aglomerado de estrelas "caixinha de joias" (NGC 4755) e a nebulosa de Órion (M42). Abaixo segue o registro da observação.



Público universitário na primeira observação aberta do ano


 Vídeo da Lua


Lua


Ainda no mesmo dia, para quem teve a paciência de ficar acordado até as 4 da madrugada, observamos a tão famosa "Lua de sangue", que no final das contas acabou sendo a "Lua Laranja". Como o IMEF fecha as 23:30, tive de fazer a observação com o meu telescópio mesmo (um Greika 1400x150).

Por volta das 03:00 da manha do dia 15, montei o Telescópio na lateral da casa do estudante interna (CEU I). Os moradores da CEU I compareceram para a observação da primeira fase do eclipse mas, o frio não deixou muitas pessoas até o final do evento (por volta das 06:30 da manha).

A montagem do telescópio teve um único propósito de observação e não de fotografia, então as fotos foram realizadas somente com a DSLR com zoom de aproximadamente 5 vezes. Abaixo seguem algumas fotos do evento.

Lua entrando na Umbra - Foto: DSLR Canon T2i - Ted

Moradores da CEU I com a Lua entrando da Umbra

Após o fim da observação Aberta - Ted e George observando o Cruzeiro do Sul
O objetivo desta observação foi apenas de montar o telescópio para o pessoal da casa observar mesmo, as fotos acabaram sendo bônus (já que eu não iria fazer nenhuma imagem). Valeu o frio que passamos, mas a lua não sangrou.

Ted e Laura

terça-feira, 1 de abril de 2014

Luas Sangrentas - Blood Moon Tetrad

Neste primeiro post de 2014 iremos abordar conceitualmente os requisitos para termos um eclipse lunar e também a origem da coloração avermelhada durante esse evento.

No dia 15 de Abril as 03:00 da manha na cidade de Rio Grande, será possível testemunhar o eclipse total da lua. Não temos eclipses lunares em todas as luas cheias pois a órbita da lua em relação ao plano sol-terra (eclíptica) possui uma inclinação de cerca de 5 graus. Por conservação de momento angular, a direção desta inclinação não se altera então o único jeito de termos um eclipse lunar, é a lua estando na eclíptica e na linha terra-sol.

Devido a disposição geométrica desse sistema, esses requisistos se cumprem 2 vezes por ano porém, devido ao período de 28 dias da nossa lua, não é sempre que ela fica exatamente na eclíptica e exatamente na reta terra-sol ao mesmo tempo, assim temos eclipses penumbrais, parciais e totais. Todos esses eventos são calculados e previstos com exatidão e a ordem entre eclipses penumbrais ou totais é semi-caótica. Por isso é um evento pouco comum termos 4 eclipses lunares totais seguidos (Tetrad). Ser um evento semi-caótico, nesse contexto, significa que a ocorrência de Tetrads não segue nenhum período, tanto que no século XXI são previstos 8 Tetrads enquanto que nos séculos XVII, XVIII e XIX não houve nenhum.

Já a coloração avermelhada da lua durante o eclipse ocorre devido a dispersão dos tons de azul e verde na atmosfera, chegando à lua somente os tons avermelhados da luz do sol. Em uma lua cheia comum, ela nasce e se poe também em tons avermelhados porém, neste caso, o efeito de dispersão acontece com a luz refletida na lua e não com a luz direta do sol.