terça-feira, 22 de abril de 2014

Primeira Observação Aberta do Ano e Eclipse Lunar Total do dia 15 de abril de 2014

No dia 15 de Abril de 2014,às 19:00h, o observatório realizou a primeira observação aberta do ano. A observação contou com a presença de alguns alunos da universidade, que observaram a Lua, Júpiter, Marte, o aglomerado de estrelas "caixinha de joias" (NGC 4755) e a nebulosa de Órion (M42). Abaixo segue o registro da observação.



Público universitário na primeira observação aberta do ano


 Vídeo da Lua


Lua


Ainda no mesmo dia, para quem teve a paciência de ficar acordado até as 4 da madrugada, observamos a tão famosa "Lua de sangue", que no final das contas acabou sendo a "Lua Laranja". Como o IMEF fecha as 23:30, tive de fazer a observação com o meu telescópio mesmo (um Greika 1400x150).

Por volta das 03:00 da manha do dia 15, montei o Telescópio na lateral da casa do estudante interna (CEU I). Os moradores da CEU I compareceram para a observação da primeira fase do eclipse mas, o frio não deixou muitas pessoas até o final do evento (por volta das 06:30 da manha).

A montagem do telescópio teve um único propósito de observação e não de fotografia, então as fotos foram realizadas somente com a DSLR com zoom de aproximadamente 5 vezes. Abaixo seguem algumas fotos do evento.

Lua entrando na Umbra - Foto: DSLR Canon T2i - Ted

Moradores da CEU I com a Lua entrando da Umbra

Após o fim da observação Aberta - Ted e George observando o Cruzeiro do Sul
O objetivo desta observação foi apenas de montar o telescópio para o pessoal da casa observar mesmo, as fotos acabaram sendo bônus (já que eu não iria fazer nenhuma imagem). Valeu o frio que passamos, mas a lua não sangrou.

Ted e Laura

terça-feira, 1 de abril de 2014

Luas Sangrentas - Blood Moon Tetrad

Neste primeiro post de 2014 iremos abordar conceitualmente os requisitos para termos um eclipse lunar e também a origem da coloração avermelhada durante esse evento.

No dia 15 de Abril as 03:00 da manha na cidade de Rio Grande, será possível testemunhar o eclipse total da lua. Não temos eclipses lunares em todas as luas cheias pois a órbita da lua em relação ao plano sol-terra (eclíptica) possui uma inclinação de cerca de 5 graus. Por conservação de momento angular, a direção desta inclinação não se altera então o único jeito de termos um eclipse lunar, é a lua estando na eclíptica e na linha terra-sol.

Devido a disposição geométrica desse sistema, esses requisistos se cumprem 2 vezes por ano porém, devido ao período de 28 dias da nossa lua, não é sempre que ela fica exatamente na eclíptica e exatamente na reta terra-sol ao mesmo tempo, assim temos eclipses penumbrais, parciais e totais. Todos esses eventos são calculados e previstos com exatidão e a ordem entre eclipses penumbrais ou totais é semi-caótica. Por isso é um evento pouco comum termos 4 eclipses lunares totais seguidos (Tetrad). Ser um evento semi-caótico, nesse contexto, significa que a ocorrência de Tetrads não segue nenhum período, tanto que no século XXI são previstos 8 Tetrads enquanto que nos séculos XVII, XVIII e XIX não houve nenhum.

Já a coloração avermelhada da lua durante o eclipse ocorre devido a dispersão dos tons de azul e verde na atmosfera, chegando à lua somente os tons avermelhados da luz do sol. Em uma lua cheia comum, ela nasce e se poe também em tons avermelhados porém, neste caso, o efeito de dispersão acontece com a luz refletida na lua e não com a luz direta do sol.