terça-feira, 22 de setembro de 2015

Eclipse Lunar Total e Perigeu

  No próximo domingo, dia 27 de Setembro, ocorre um dos eventos astronômicos mais esperados por astrônomos amadores: Um eclipse lunar total. Como já explicado neste post, um eclipse lunar total ocorre quando a Lua passa totalmente pela parte mais escura da sombra da Terra, a umbra. Outro evento que teremos na mesma noite é o perigeu da Lua, às 1:47, que é quando ela estará no ponto de sua órbita mais próximo da Terra, tornando-a modestamente maior (muito modestamente), como já explicamos também neste post. A ocorrência desses dois eventos no mesmo dia só se repetirá em 2033.

  O evento do dia 27 é do Saros 137, e de acordo com o site vercalendario, ele terá início às 21:12, seu máximo às 23:47 e seu término às 02:22 (horário de brasília). O eclipse total será visível em todo o Brasil, oeste da África e da Europa, e leste da América do Norte, Groenlândia e parte da Antártida. Os únicos não agraciados, nem mesmo com um eclipse penumbral, serão a Oceânia e metade leste da Ásia, conforme a figura abaixo.


Dados do eclipse lunar total do dia 27 de Setembro de 2015 (Fonte: http://eclipse.gsfc.nasa.gov/LEplot/LEplot2001/LE2015Sep28T.pdf - Acessado em 22/09/2015) .

  Bom, agora vamos ao que interessa: A observação do evento. Qualquer pessoa em um lugar cujo céu não estiver coberto de nuvens poderá observar o eclipse, mesmo sem nenhum equipamento, já que o evento é visível a olho nú e a Lua estará no perigeu, deixando a visualização do evento mais próxima de nós naturalmente. Entretanto, caso você tenha a disposição um binóculo, uma câmera com uma distância focal grande (135mm ou mais) ou mesmo um telescópio, a observação ficará mais interessante, já que você poderá visualizar a mudança da cor superficial da Lua bem de perto. 

  Aqui na cidade de Rio Grande (RS), de acordo com o site WindGuru, teremos nebulosidade, mas ainda assim será possível ver o eclipse (VIVAAAA!!! =D ). O observatório registrará o evento, mas não será na FURG, e nem aberto ao público, pois como ocorrerá no domingo, a universidade à qual ele pertence estará fechada.

  Caso você queira se programar para os próximos eclipses, acesse esse site da NASA, que mostra o calendário de eclipses lunares e solares. Através deste site você pode também calcular os próximos perigeus e apogeus da Lua.
 
  Qualquer dúvida com o eclipse, ajuda, ou um gatinho árvore, comente que estaremos ao seu auxílio para que tudo dê certo nesse dia de observação tão esperado!

 Céu aberto a todos! (principalmente dia 27)
Laura, a ansiosa.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Observação astronômica na VIII semana acadêmica da Física


Durante a última semana de agosto, ocorreu a VIII semana acadêmica do curso de física, o qual o Observatório SOFIA pertence. Dessa forma, no dia 28 de agosto, o observatório realizou uma observação aberta ao público, contando com aproximadamente 40 visitantes, onde foi observado Saturno, o aglomerado M04, o sistema triplo Rigil Kentaurus (onde vemos apenas Alpha Centauri A e Alpha Centauri B), e a Lua.

Como poucas pessoas confirmaram a presença no evento, resolvemos usar apenas o telescópio Meade de 12", ao invés de levar para fora o Meade de 8" (nos enganamos hahaha). Não registramos os objetos observados, pois haviam muitas pessoas, e o objetivo da noite não era o registro. Abaixo, seguem as fotos do pessoal gente boa que foi lá ver e que ajudou desde a montagem dos equipamentos, até a hora de guardar tudo :).


 A pequena Laís, de 9 anos observando Saturno e seus anéis


 A grande fila para a observação

 

George Harisson, ou melhor, Gefferson (de camisa listrada) numa roda de conhecimento, passando seus ensinamentos aos seus pupílos do curso de Física.


 Pessoal observando a constelação do Cruzeiro do Sul (Observatório SOFIA adverte: apontar para estrelas não causa verruga no dedo!)



Mosaico do nosso cantinho onde são feitas as observações

Pessoal no final da observação comemorando o sucesso do evento :)


  O observatório gostaria de agradecer a todos que compareceram na observação e prestigiaram o evento (e vieram com muitas perguntas hahaha), ao Diretório Acadêmico de Física César Lattes, que organizou uma maravilhosa semana, motivadora e repleta de conhecimento, e em especial aos guerreiros que ficaram até o final (que foram MUITO solícitos ajudando a desmontar o equipamento pesado pra cima e pra baixo HAHAHA): 
Angelo Bueno
Cado Mucciaroni
Franciele Dias
Lara (Maria) Gatto
Lucas Gregolon
Lucas Selbach
Rodrigo Cardozo



Dúvidas? Comentários? Agendamento de observações? Comente! Mande sinal de fumaça, envie uma carta ou nos mande um email pelo contato observatorio.sofia@gmail.com

Céu aberto a todos! :)


Laura Amaral

sábado, 11 de abril de 2015

Animações em gif do céu

Uma coisa trabalhosa, mas que tem um resultado final interessante, é fazer um time lapse de algum lugar ou objeto. O termo significa, resumidamente, que o fotógrafo deu um "salto" no tempo ao registrar as imagens, já que fazer um time lapse nada mais é do que tirar várias fotos seguidas de um local durante um grande intervalo de tempo, para visualizar as sutis mudanças que ocorrem (como no nosso caso, com o firmamento se movendo) com o passar dos minutos, e depois colocá-las uma seguida da outra, para criar uma espécie de filme.

Para montar a imagem que ficará animada, podemos usar o recurso do formato gif, que mostra as imagens uma atrás da outra, gerando um vídeo curto. Essas duas semanas que passaram, o observatório ficou então explorando essa ferramenta. Abaixo estão alguns gifs feitos do céu, da nossa galáxia, da trajetória da lua no céu, entre outros. Para quem estiver com dificuldades de montar o seu próprio gif, aí vão algumas dicas:

1- Realizar o registro em um local estável, sem vento e protegido do trânsito de pessoas na frente da lente, para colocar a câmera. Um tripé e um disparador remoto são ótimas opções.

2- Assegure-se de que o local escolhido para a permanência do seu material de registro ficará como no item 1 pelo tempo total que você deseja concluir o time lapse. Caso a câmera venha a trepidar ou mudar de posição bruscamente de um frame para o outro, todo o efeito vai se perder quando montado o gif.

3- Existem alguns softwares que geram animações. O usado aqui foi o Photoscape v3.6, que é gratuito é muito intuitivo de usar. Basta entrar na opção Animação Gif > adicionar, selecionar as suas fotos e ajustar a velocidade da animação em alterar tempo. Depois é só arrumar a definição e pronto. Mais abaixo, temos um vídeo/tutorial mostrando o passo-a-passo.


Região da constelação do Cruzeiro do Sul e da nebulosa Eta Carinae

Região da constelação do Cruzeiro do Sul  e da nebulosa Eta Carinae

Lua cheia

Região da constelação do Cruzeiro do Sul e da nebulosa Eta Carinae

Região do Cruzeiro do Sul

Trajetória da Lua 

Região da constelação do Cruzeiro do Sul e da nebulosa Eta Carinae



Então é isso.
Qualquer dúvida, perguntem nos comentários!
Céu aberto a todos! :)



Laura

segunda-feira, 23 de março de 2015

Observatório SOFIA na TV FURG

Semana passada, dia 19 de março, o observatório SOFIA foi entrevistado pela TV FURG, canal de televisão da Universidade Federal do Rio Grande, universidade a qual o nosso observatório faz parte.

 A entrevista contou com o agora responsável pelo observatório Dr. Fabrício Ferrari e os mestrandos Leonardo Ferreira e Graciana Brum, que falaram sobre o trabalho que realizam na área de astrofísica extragaláctica na universidade (através do Grupo de Astrofísica Teórica e Computacional - GATC). A graduanda Laura Amaral, operadora dos telescópios, falou sobre as atividades do observatório SOFIA. A matéria segue abaixo.



Céu aberto a todos! :)


Laura, a tímida.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Equinócio, Perigeu da Lua e Eclipse Solar

Hoje é aquele dia que astronomo nenhum coloca defeito, pois ocorrem três eventos astronômicos: O equinócio de outono, o perigeu da Lua e o eclipse do Sol. Mas o que são e como ocorrem tais fenômenos?

Começamos, então, pelo equinócio de outono, que marca o final do verão ( =( ) e o início do outono. O nosso planeta possui um eixo de rotação que está inclinado 23,5 graus em relação ao plano da elíptica (a órbita que a Terra percorre ao redor do nosso Sol). Por causa disso, dependendo do ponto em que a Terra está na sua órbita, um pólo estará mais próximo do Sol do que o outro, e algumas partes serão mais ou menos iluminadas pelo Sol. Quando os pólos terrestres estão com a mesma distância do Sol, os dois hemisférios da Terra serão iluminados com a mesma quantidade de luz.
Imagem 1: A iluminação do Sol sobre Terra durante os solstícios e os equinócios.
(http://fisica.ufpr.br/grimm/aposmeteo/cap2/Image51.jpg - Acessado em 20/03/2015)

Isso significa que as noites e os dias terão a mesma duração, e aí está o significado do nome equinócio, em tradução livre "noites iguais". Da data do equinócio em diante, as noites começaram ser maiores ou menores dependendo do hemisfério. Para o nosso hemisfério, o sul, o equinócio é de outono e as noites começarão a ser maiores e os dias menores. Já para o norte, o equinócio é de primavera, e as noites serão menores, até a chegada do solstício (de verão para eles, de inverno para nós). O evento ocorreu hoje, às 19h45, horário de Brasília.

Agora o segundo evento, o perigeu da Lua. Dizemos que a Lua está no seu perigeu quando ela encontra-se em seu ponto mais próximo da Terra, já que sua órbita ao redor do nosso planeta é elíptica. Existe também o apogeu, que ocorre quando ela está no seu ponto mais distante. Dessa forma, a Lua está na sua fase nova, e no seu perigeu, que ocorreu dia 19 de março (ontem) às 16h39 (horário de Brasília), a uma distância de aproximadamente 360.000 km da Terra.

 Imagem 2: Órbita elíptica da Lua mostrando seu Perigeu (mais próximo) e apogeu (mais distante).
(http://i.imgur.com/KlQyn.gif - Acessado em 20/03/2015)

 Ao contrário do que a mídia anda veiculando por aí, ontem não ocorreu a super Lua (fenômeno já registrado pelo observado pelo observatório neste link). A super Lua só ocorre quando a Lua cheia coincide com o perigeu, e como hoje também ocorreu um eclipse solar, possível só quando a Lua está na fase nova, fica óbvio que os dois fenômenos não podem acontecer no mesmo dia, não é verdade?


Falando em eclipse solar, vamos então finalmente explicar o que ocorreu. O eclipse de hoje foi visível apenas no hemisfério norte, e teve seu máximo às 9h00, horário de Lisboa. O total foi visto apenas das ilhas Faroé, de domínio dinamarquês. Em outros lugares, como o resto da Europa, Àsia e Àfrica, o eclipse foi parcial. Abaixo está a animação da NASA que mostra a trajetória da sombra da lua sobre a Terra.

Animação 1: Trajetória da umbra e penumbra sobre a Terra, mostrando onde ocorreram os eclipses total e parcial do dia 20 de março de 2015.

Mas como ocorre um eclipse solar? Bom, toda vez que a Lua passa entre o Sol e a Terra, ela pode estar mais abaixo ou mais acima da região onde pode projetar sombra sobre a Terra, isso por que a órbita da Lua ao nosso redor não coincide com o plano da elíptica, está inclinada 5,2 graus em relação à ela. Dessa forma, um eclipse solar só ocorre quando a Lua cruza essa região da órbita (chamada zona dos nodos) e está ao mesmo tempo entre a Terra e o Sol, fazendo com que não haja necessariamente um eclipse a cada vez que entra em sua fase nova.

 Imagem 3: Esquema mostrando a ocorrência ou não dos eclipses solares de acordo com a posição da Lua na sua órbita ao redor da Terra.
(http://astro.if.ufrgs.br/eclipses/temporadas-eclipses.jpeg - Acessado em 20/03/2015) 

Quando a Terra passa pela umbra (região onde não é iluminada pelo Sol) e a penumbra (região parcialmente iluminada pelo Sol), ocorre o eclipse total. Já quando passa apenas pela penumbra, ocorre o eclipse parcial. A região onde a umbra passa é estreita, aproximadamente 270 km de largura, por isso tão poucos lugares no mundo podem visualizar o eclipse total como o de hoje. O restante dos lugares vizinhos observa um eclipse parcial.
Imagem 4: Esquema mostrando as regiões de umbra e penumbra sobre a superfície da Terra.
(http://s4.static.brasilescola.com/img/2014/12/esquema-do-eclipse-solar.jpg - Acessado em 20/03/2015)
 
Como estamos no perigeu, a Lua oculta todo Sol, já que seu tamanho aparente no céu coincide com o da nossa estrela. Entretanto, caso estivéssemos no apogeu, a Lua produziria um eclipse anular, e este seria parcial. Abaixo um dos vídeos registrados e transmitidos do eclipse de hoje.

 Vídeo 1: Registro em vídeo do eclipse solar do dia 20/03/2015.
(https://www.youtube.com/watch?v=FxelicbXP_4 - Acessado em 20/03/2015)


Ufa! O texto foi extenso, mas três eventos no mesmo dia explicam tanto assunto. Céu aberto a todos!

Laura, a falante.

O texto foi escrito com o auxílio do site Astronomia e Astrofísica.

quarta-feira, 4 de março de 2015

Lua de outubro de 2014 em HDR

      Chegamos no ano de 2015, e o Observatório SOFIA recomeça suas atividades. Entretanto, sob supervisão apenas minha (Laura paquita), pois o grande Ted-O, que tanto fez crescer o nosso querido observatório com seus belíssimos registros nessa caminhada de 3 anos, pode ser chamado, enfim, de físico e segue sua jornada árdua como mestrando, agora nas longínquas e belas praias de Natal, Rio Grande do Norte, tomando muito suco de caju.
         Muito bem! Como é só na quinta o dia de registro, essa primeira semana então ficaria vazia. Para agitar um pouco o blog, resolvi tirar a poeira de um registro antigo, do dia 04/10/2014 que fiz com o Ted, que ficou com um resultado aquém do esperado, e arrumá-lo. No procedimento antigo, fiz o HDR no software Photomatix Pro 5.0.5, e depois o mosaico no Photoshop CS6 (Imagem 1). Já no procedimento atual, fiz o contrário, o e resultado (Imagem 2) fala por sí. 
      O procedimento feito encontra-se abaixo, em vídeo, especialmente para os astrofotógrafos amadores de plantão. A imagem foi feita no nosso Meade 8" LX90 com uma câmera Canon 60D, um ISO 160 e velocidade do obturador de 1/20s. Foram feitos 3 frames, cada um com uma compensação de exposição diferente: -2, 0 e +2. Dessa forma, o resultado obtido foi uma imagem da Lua em HDR.


 
Vídeo do processamento da imagem da Lua em HDR (Imagem 2)

 Imagem 1: Imagem final da Lua em HDR, fazendo primeiro o HDR, depois o mosaico.

 Imagem 2: Imagem final da Lua em HDR, obtida com o processamento apresentado no vídeo.

      E então, é isso! Qualquer dúvida, comente! =)

Laura paquita